Jornada do Patrimônio Cultural de Quixeramobim

A I Jornada do Patrimônio Cultural e Natural de Quixeramobim, traz como tema “O direito à cidade, ao campo e a memória”, e será realizada de 28 a 31 de agosto de 2024 na cidade de Quixeramobim. É uma realização da Casa de Antônio Conselheiro, equipamento da Rede Pública de Equipamentos Culturais do Ceará (RECE), da Secretaria de Cultura do Ceará (SECULT-CE), gerida em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM). A Jornada busca discutir uma agenda na defesa da preservação e promoção dos bens de natureza material, imaterial e natural do município, que fazem parte do patrimônio cultural brasileiro e cearense. A Jornada está dividida em três momentos: o primeiro, é referente ao direito à cidade, ao campo e à memória; o segundo, às formas de preservação do patrimônio cultural e natural; e o terceiro como promover e valorizar os bens culturais e naturais do município. “Ressaltamos que os três momentos são indissociáveis, são pensados e propostos de forma integrada, como a preservação do patrimônio cultural e natural deve ser. Essa é a proposta da Jornada Imersiva: integrar esses patrimônios a partir do direito, da memória, das formas de proteção, valorizando e promovendo os bens culturais e naturais”, afirma o curador da jornada, Alênio Alencar.
Como defende o gestor executivo da Casa de Antônio Conselheiro, Pedro Igor Pimentel, “Quixeramobim se destaca por ser um município que possui relevante valor histórico. Aqui nasceram importantes personalidades, que ganharam protagonismo social, político e cultural, tais como Antônio Conselheiro, Ana Montenegro, Fausto Nilo, entre outros. Possuímos diversos patrimônios materiais edificados, em sua maioria concentrados no centro urbano, que já abrigaram famosos personagens e fatos históricos, a exemplo de Manuel Bandeira, que viveu no Sobrado Paroquial da cidade no início do século XIX, para tratar de uma tuberculose, além do famigerado episódio ocorrido na Casa de Câmara e Cadeia, há mais de 200 anos, ato que antecedeu a Confederação do Equador em seis meses. Tais fatos despertam rotineiramente curiosidades e são objetos de constantes pesquisas, o que atrai a atenção para alguns questionamentos constantes na cidade conhecida como “Coração do Ceará”: como se encontram atualmente esses prédios históricos? Qual a relação histórica destes patrimônios para a formação diversa dos quixeramobinenses? Existem políticas públicas que garantam a preservação e estimulem a ocupação dos bens culturais? O evento foi pensado para colaborar na busca de respostas às referidas perguntas. Para isso, faz-se necessário compreender os possíveis impactos na adoção de políticas públicas efetivas, de fortalecimento da preservação do patrimônio material local, tendo como exemplo a própria Casa de Antônio Conselheiro e o que é feito aqui”.
Discutir o direito à cidade, ao campo e a memória é pensar formas integradas de garantir o direito à terra, à moradia, ao saneamento ambiental, ao transporte, ao trabalho e ao lazer, com gestão democrática por meio da participação da comunidade, na elaboração, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano e rural, integradas à preservação e conservação dos bens culturais e naturais de Quixeramobim. Como elaborar normas e legislações de preservação e conservação do patrimônio cultural e natural que possam garantir o direito à cidade e a memória?
Garantir a preservação do patrimônio é produzir conhecimentos sobre os territórios, associado às formas de proteções (tombamentos, registros, chancelas, entre outras), com ampla participação da comunidade, através de uma gestão integrada de cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade. Cada vez mais, faz-se necessário adotar diretrizes de preservação dos bens culturais e naturais, observando os padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana, e que sejam compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social, cultural e econômica do município. Como podemos preservar o patrimônio cultural e natural de Quixeramobim de forma integrada com a vida cultural da cidade?
Promover o patrimônio cultural é garantir a comunidade, abrigo, bem-estar e acessibilidade na fruição dos bens culturais e naturais no município, respeitando a diversidade cultural, o direito às tradições, com responsabilidade socioambiental, fortalecendo a cultura como vetor do desenvolvimento sustentável, gerando emprego e renda em atendimento ao interesse social, divulgando a herança e riqueza cultural e natural do município. Como podemos promover os bens culturais e naturais de Quixeramobim?
Para refletir, debater e responder todas essas questões, a Jornada contará com a presença de renomados profissionais, gestores, pesquisadores, professores e agentes culturais, de diversas áreas e setores, que atuam em pesquisas e políticas de patrimônio cultural, de meio ambiente, de ordenamento do território, de educação e formação, e turismo cultural. Teremos uma rica e diversa programação, com palestras, mesas-redondas, oficinas, roteiros turísticos e apresentações culturais, no sentido de debater, fomentar e promover o patrimônio cultural, com o desenvolvimento dos territórios, a valorização, conservação e a preservação do seus bens culturais e naturais, como expressão da diversidade sociocultural e ambiental do Município.
“A I Jornada de Patrimônio Cultural de Quixeramobim, promovida pela Casa de Antônio Conselheiro, representa um marco significativo na retomada do debate sobre a preservação e promoção do patrimônio cultural e natural do município. Estes dias prometem intensos debates sobre patrimônio natural, material e imaterial, reunindo importantes agentes culturais e promovendo um diálogo de nível nacional sobre este tema crucial para a política cultural”, pontua Jaiane Cruz Sousa, coordenadora pedagógica da Casa de Antônio Conselheiro.